quarta-feira, 7 de outubro de 2009
RESENHA: Cibercultura
De acordo com Pierre Levy, qualquer reflexão em relação ao futuro dos sistemas de educação e na formação na cibercultura, deve ser fundamentado em uma análise da mudança da relação do saber. Existem três constatações:
A primeira diz respeito à velocidade de surgimento e de renovação dos saberes. Segundo Pierre Levy a maior parte das competências conquistadas por um ser humano no início de seu trajeto profissional estarão absoletas no fim de sua carreira.
A segunda está relacionada à nova natureza do trabalho, na qual parte de transação de conhecimento não pára de crescer. Trabalhar significa, cada vez mais aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos.
E terceira constatação é o ciberespaço permitir tecnologias intelectuais que amplificam e modificam inúmeras funções cognitivas como memória, percepção e raciocínio. Essas tecnologias intelectuais favorecem: novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio e de conhecimento.
Com essas tecnologias, as memórias dinâmicas, são objetivadas em documento digitais ou programas disponíveis na rede. O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência, individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação.
Existem duas grandes reformas que são necessárias nos sistemas de formação e educação. Em primeiro lugar, a aclimatação dos dispositivos e do espírito do EAD (ensino aberto à distância) no cotidiano da educação, que explora certas técnicas de ensino a distância. Mas o principal é um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e coletivas em rede.
Nesse contexto o educador tem que se tornar um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um fornecedor direto de conhecimento.
E a segunda está relacionada ao reconhecimento das experiências adquiridas. Se as pessoas aprendem com suas atividades sociais e profissionais e se as instituições escolares perdem progressivamente o monopólio da criação e transmissão do conhecimento, os sistemas públicos de ensino podem ao menos tornar para si a nova missão de orientar os percursos individuais no saber e contribuir para reconhecimento dos conjuntos de saberes pertencentes às pessoas.
A partir da invenção de uma pequena equipe do CERN, a World Wide Web propagou-se entre usuários da Internet, em poucos anos, um dos principais eixos de desenvolvimento do ciberespaço. Na Web, tudo se encontra no mesmo plano. Não existe uma hierarquia.
O conhecimento era totalizável, adicional. A partir do século XX, com o crescimento do mundo, a progressiva descoberta de sua diversidade, o conhecimento científico e técnico foi crescendo cada vez mais rápido.
As páginas da Web não são apenas assinadas como páginas de papel, mas desembocam em uma comunicação direta, por correio digital, fórum eletrônico ou outras formas de comunicação por mundos virtuais.
Nas sociedades anteriores à escrita, o saber prático, mítico e ritual é encarnado pela comunidade vida.Quando u velho morre é uma biblioteca que se perde.Com o surgimento da escrita, o saber era transmitido pelo livro.
Entre os novos modos de conhecimento trazido pela cibercultura, a simulação ocupa um lugar central, trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica a imaginação individual.
O ciberespaço, suas comunidades virtuais será o mediador principal da inteligência coletiva da humanidade. De acordo com o autor qualquer política da educação terá que levar isso em conta.
Os sistemas educativos encontram-se submetidos a novas restrições em relação a quantidade, diversidade e velocidade de evolução dos saberes. Com isso a demanda de formação é cada vez maior.
A demanda de formação sofre uma profunda mutação qualitativa no sentido de uma necessidade crescente de diversidade e personalização. Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem a suas necessidades reais e a especificidade de seu trajeto de vida.
Para os especialistas reconhecem que a distinção entre ensino “presencial” e “a distância” será cada vez menos pertinentes, uma vez que o uso das redes de telecomunicação e dos suportes multimídia vem sendo progressivamente integrado às formas mais clássicas de ensino.
A partir daí, a principal função do professor não pode mais ser uma difusão do conhecimento. Suas competências devem-se deslocar no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens.
Até os anos 60, as competências adquiridas ao longo da juventude em geral eram usadas até no final da vida ativa. Tais competências chegavam a ser transmitidas quase inalteradas aos jovens ou aprendizes. Hoje, a maioria dos saberes adquiridos no início de uma carreira fica obsoletos no final de um percurso profissional, ou deixa de usá-los mesmo antes.
A relação intensa com a aprendizagem, a transmissão e a produção de conhecimento não é mais reservado a uma elite, diz respeito à massa de pessoas em suas vidas cotidianas e seus trabalhos.
O velho esquema segundo o qual aprende-se uma profissão na juventude para exercê-la durante o resto de vida encontra-se, portanto ultrapassado. As pessoas têm, o encargo de manter e enriquecer sua coleção de competências durante suas vidas.
É preciso admitir também o caráter educativo ou formador de numerosas atividades econômicas e sociais, o sistema de diplomas parecendo cada vez menos adequado.
Aprendizagens permanentes e personalizadas por meio de navegação, orientação dos estudantes em um espaço do saber flutuante e destotalizado, aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no centro de comunidade virtuais, gerenciamento dinâmico das competências em tempo real, esses processos sociais atualizam a nova relação com o saber.
As árvores de conhecimento são métodos informatizados para o gerenciamento global das competências nos estabelecimentos de ensino, empresas, bolsas de emprego, coletividades locais e associações.
Cada membro de uma comunidade pode fazer com que toda a diversidade de suas competências seja reconhecida, mesmo as que não foram validadas pelos sistemas escolares e universitários clássicos. Trata-se de um mapa dinâmico, consultável na tela, que possui de fato o aspecto de uma árvore, e cada comunidade fazem crescer uma árvore de forma diferente.
A árvore de uma comunidade cresce e se transforma na medida em que as competências da própria comunidade evoluem. Assim, os brevês dos saberes serão colocados no “tronco”.
Os brevês de saberes muito especializados de fim de cursos formarão as “folhas”. Os “galhos” reunirão as competências quase sempre associadas nas listas individuais de competências dos indivíduos. Mas a organização do saber expressa por uma árvore não é fixada para sempre: ela reflete a experiência coletiva de um grupo humano e vai, portanto, evoluir com a experiência.
Podemos ver todo o interesse desse tipo de sistema em uma perspectiva internacional: não se trata de uma normalização ou de uma regulamentação autoritária do diploma já que, em cada comunidade particular, os mesmos brevês, os mesmos perfis poderão ter posições e valores variáveis, correspondendo às características de uso e à cultura local.
A perspectiva traçada não requer de forma alguma o apoio de decisões centrais e organizadas em grandes escalas. Um projeto local mais particularmente centrado na luta contra a exclusão e a socialização por meio da aprendizagem pode ser desenvolvido em um lugar, enquanto outro projeto versando sobre novos dispositivos de formação e de qualificação será desenvolvido em outro lugar.
Portanto com base no texto de Pierre Levy, podemos perceber como a tecnologia está tornando-se cada vez mais importante na sociedade. Com isso muitas instituições estão preferindo o ensino à distância primeiro custa menos para as instituições escolares e por causa da correria do cotidiano, muitas pessoa preferem o ensino à distância a presencial, com isso os professores tem que buscar se capacitar em relação à tecnologia.
Aluna: Kátia Maria de Oliveira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário